O entendimento das alterações físicas decorrentes de doenças ou acidentes, permanentes ou temporárias, traz consequências psíquicas que muitas vezes dificultam uma reabilitação ideal para os pacientes. Percebe-se um contexto muito complexo atrás de cada um, envolvendo implicações familiares, emocionais, financeiras, estruturais, laborais entre outras.

Pensando nisso e no melhor resultado para nossos pacientes, o Curso de Fisioterapia da URI contou com uma parceria do Curso de Psicologia, tendo um acompanhamento psicológico à pacientes neuropediátricos durante a sessão de fisioterapia, com o intuito de otimizar o entendimento das possíveis alterações emocionais e, consequentemente, otimizar a intervenção fisioterapêutica.

As estagiárias Gabriela Erthal, da Fisioterapia, e Mariéli Trindade, da Psicologia, atuaram no projeto sob supervisão da professora Karine Malysz. Os atendimentos são realizados no Estágio de Fisioterapia Neuroinfantil, na URICEPP (Centro de Estágios e Práticas Profissionais).

Ao falar sobre a nova experiência, Gabriela Erthal relata: “Pudemos observar que não é apenas o aspecto físico que apresenta comprometimentos. Os fatores psicológicos, quando afetam profundamente a criança, podem comprometer o tratamento fisioterapêutico, tendo em vista isso, a integração com a Psicologia auxiliou de muitas formas. Durante as sessões foi possível observar evolução constante na criação de vínculos e na desinibição do paciente, além de que esta integração entre profissionais deixou o momento muito mais agradável e feliz para terapeutas e pacientes. O pontapé inicial foi dado, e por experiência própria, este projeto deve seguir sendo difundido e integrar cada vez mais profissionais, buscando sempre o melhor para nossos pacientes”.

Mariéle Trindade complementa: “A experiência, como se pode imaginar, foi muito desafiadora mas, acima de tudo, encantadora. Com efeito, descobrimos como trabalhar juntos em prol do paciente, em equipe, tornando esse desafio singularmente enriquecedor. Essa integração teve êxito, sobretudo, pela capacidade ímpar dos profissionais envolvidos, que com seus esforços propiciaram com que conseguíssemos abrir uma porta até então pouco explorada: a da maior integração entre as diversas áreas das ciências da saúde para a consecução de um trabalho interdisciplinar. ”

É importante ressaltar a relevância do trabalho interdisciplinar tanto para os alunos, como para os pacientes, possibilitando uma vivência diferenciada, em que os pacientes podem expor suas dores psíquicas com amparo de um profissional especializado, e com suporte também para o familiar quando necessário e dores físicas com atuação do fisioterapeuta, gerando resultados satisfatórios.