Relicário é uma joia que guarda em seu interior algo muito especial, geralmente com significado ligado ao valor afetivo. E foi essa joia que inspirou os organizadores da SAMURI (Semana Acadêmica de Medicina da URI) a criarem o “momento relicário” nessa edição do evento. Trechos literários, frases de expoentes pesquisadores e profissionais da antiguidade e da atualidade foram relembrados em momentos que antecederam as palestras. Entre elas, a citação de J. J. Camargo: “Há muitos anos que procuro passar essas noções no curso da graduação médica e insisto com alunos e residentes que, entre 2 médicos igualmente qualificados, sempre prevalecerá o mais afetivo”;  e a de Oliver Sacks: “Ao examinar a doença, ganhamos sabedoria sobre anatomia, fisiologia e biologia. Ao examinar a pessoa com doença, ganhamos sabedoria sobre a vida.”

O Momento Relicário propiciou, ainda, a exposição de obras de arte - telas pintadas em óleo - produzidas pelo médico getuliense Ilson Romeu Schirmbeck (91 anos) que descobriu sua paixão pela pintura aos 76 anos de idade e agraciou a SAMURI com 5 obras-primas inspiradas em pinturas que marcaram a história da arte no mundo, sendo elas: “As duas irmãs no terraço”, de Pierre-Auguste Renoir, “Ainda Vida com Flores e Frutas”, de Jan van Huysum, “Menina do brinco de pérola”, de Johannes Vermeer, “La Belle Ferronnière”, de Leonardo da Vinci, e “Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios d’Água”, de Claude Monet. As obras foram expostas no Salão de Atos do Prédio 6 durante a Semana Acadêmica. 

Dr. Ilson formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, em 1958. Nos dois anos seguintes, realizou residência no Hospital do Servidor Público do Rio de Janeiro, em Ginecologia e Obstetrícia.

Após casar-se com Terezinha Geralda Foohs, também médica, fixou residência em Getúlio Vargas, integrando o corpo clínico do Hospital São Roque. O médico e artista embeleza a sala de espera de sua clínica, os corredores e o consultório com quadros que levam sua assinatura. Ele é leitor e conhecedor da música clássica e ópera; a paixão pela pintura deu-se no período em que tratou de um câncer, em 2006.

O Centro Acadêmico de Medicina (CAMED) e a Coordenação do Curso de Medicina agradecem ao Dr. Ilson e família, bem como parabenizam por seu extraordinário trabalho, tanto como médico, quanto como artista.