Programa Green Free Spaces for Medicine


Consiste em um Programa inovador desenvolvido por meio de projetos especiais nos períodos denominados de áreas verdes do curso, ou seja, nos horários livres da semana padrão em que os acadêmicos podem participar de forma optativa.

São quatro os subprogramas:
• Movimento, Saúde e Aventura
• Arte e Cultura
• Sabores e celebrações
• Terapias Integrativas e Autocuidado
• Corredores Culturais

 


MOVIMENTO, SAÚDE E AVENTURA

Disponibiliza atividades como dança de salão, contemporânea e urbana; polo aquático; natação; hidroginástica; badminton; rapel; trekking; corrida de orientação; corridas de aventura e slackline.

 

 

ARTE E CULTURA

Trata do aperfeiçoamento ou aprendizado das artes da fotografia, desenho e pintura, cerâmica, oshibana e kokedama, escrita literária, além da participação de trilhas urbanas e patrimônio cultural de Erechim, cine fóruns, visitas guiadas a museus, entre outros.

 

Início da vida

Acadêmica de Medicina em contato com o início do ciclo da vida, o primeiro dia após o nascimento – realizando a arte do cuidar e o acolhimento de um novo ser.

Bruna Regina Arboit

 

 

Projeto - Conta pra nós!

Busca, ao tecer diálogos em grupo a reflexão, para posterior tessitura de textos e imagens, promovendo assim, a tessitura de laços.

 

Produções:

# Disparador criativo: “ Acredito no diálogo. Sempre acreditei. Mesmo no mais áspero, ponho minha fé. Na busca sincera do entendimento ou do convencimento, admiro as falas de cada um. Quantas cores no diálogo? Quantos tons?” Francisco Azevedo

 

Páginas sem fim, joias de valor imensurável

As mais valiosas joias que podemos encontrar somos nós mesmos, são as pessoas. Cada uma, joia única, cada uma, com valor inestimável. Valor esse, dado por nós mesmos e adquirido com cada momento, com o tempo gasto com cada uma, com o tempo gasto com cada gesto, com cada briga, com cada abraço, com cada beijo, com cada choro, com cada um. O tempo vivido, o tempo bem usado.
Cada uma com sua importância e suas falhas, ou melhor, suas normalidades. Cada uma do jeito que deveria ser. Dentro de cada uma, grandes histórias estão sempre à espera de alguém que as leia. Somos como os livros: alguns têm capa simples, mas um conteúdo intenso e repleto de emoções, outros têm capa dura, mas as palavras que habitam em suas páginas são as mais doces, uns são parnasianos natos, cheios de estrutura e métrica, porém sem conteúdo algum, e, também, há aqueles que ainda são apenas rascunho, mas já são obras primas.
Porém, como se lê uma pessoa? Bom, deixando ela mesma contar quem ela é. Entretanto, sem levar em conta a opinião alheia, já que muitos livros são, ao mesmo tempo, motivos de amor e rancor, assim como cada um de nós. E esta interpretação depende da bagagem do leitor, depende de tudo o que fez o leitor ser quem ele era até o momento daquela leitura. E é assim que julgamos um livro como bom ou ruim. E é assim que julgamos as pessoas.
E quando deixamos alguém contar quem verdadeiramente é, nós damos a chance para a verdadeira história fluir. Sem resumos, nem resenhas, apenas o texto original. Cada pessoa um indivíduo, uma vida única, com palavras únicas. Mas, com uma vantagem sobre os livros: nós podemos ouvir o que cada um tem para nos contar e podemos contar a nossa própria história, podemos dialogar. E com o diálogo podemos mudar o percurso de um livro para sempre inacabado.

Rafael Rossa Marsarotto

 

 

 

 

É previsível

Há quem diga que a vida é feita de ciclos. Eu concordo. Muitas pessoas entram em nossas vidas anualmente. Com algumas, esta relação perpetua-se. Com outras, será apenas um momento. Porém, o que há de comum entre elas?! O diálogo.
Repleto de questionamentos, ideias e conceitos. Abstrato ou concreto. Interpessoal ou não. Aquele que é temido por uns e incansável por outros. Olha quem está aqui novamente: o diálogo.
Agora, imagine que você está numa sala de espera, aguardando ansiosamente por uma consulta. Nela, além de você, existem outras 5 pessoas. Em um determinado momento, Lúcio Mauro, que está sentado à sua frente, lhe pergunta há quanto tempo tu estás aguardando. O que é que ele acabou de estabelecer? O diálogo.
Importante, simples e direto. Às vezes previsível – como este texto. Mas não diga que não lhe avisei!

Eduardo Kloeckner

 

 

 

 

# Disparador criativo: A roda dos expostos
Breve descrição histórica
“Na roda dos expostos eram deixadas crianças cujos pais por alguma razão não as podiam criar. Formada por uma caixa dupla de formato cilíndrico, a roda foi adaptada no muro das instituições caridosas entre os anos 1850-1961. Com a janela aberta para o lado externo, um espaço dentro da caixa recebia a criança após rodar o cilindro para o interior dos muros, desaparecendo assim a criança aos olhos externos; dentro da edificação a criança era recolhida, cuidada e criada até se fazer independente”. (Santa Casa de Misericórdia São Paulo, 2018)

Proposta para reflexão
As Rodas dos expostos foram retiradas dos muros das Instituições de Caridade, mas isso não fez com que abandonos e exclusões, ocorressem.
Na sua percepção, o que substitui a Roda dos Expostos, atualmente?
Que modalidades de exclusão existem?
Como você representaria, artisticamente, a “Nova Roda dos Expostos”?

 

Palavras da autora:

Pensei muito na indagação "Como você representaria, artisticamente, a “Nova Roda dos Expostos?" e tenho a impressão de que minha interpretação é um pouco óbvia. Imagino - um tanto derrotista até - uma ressignificação da roda dos expostos frente à inversão da pirâmide etária: parto da dolorosa perspectiva corrente de que o idoso não é mais parte integrante da lógica trabalho e produção e que, por não contribuir mais para a mais-valia, passa a ser fardo social e previdenciário e, por vezes, vítima de abandono afetivo em instituições de longa permanência.

 

 

# Disparador criativo: "Jovens queremos o impossível, e isso é bom, porque o desatino nos dá preparo físico e fôlego para a realização de nossos sonhos. Adultos, aprendemos aos poucos a nos contentar com o possível - o sucesso possível - e isso é bom, porque a moderação nos vai ensinando o desapego necessário para, chegada a hora, podermos deixar a vida que é vigorosa e linda demais." Francisco Azevedo

 

Árvore-ser

Mariano Moro, 30 de agosto de 2016.
Lembro-me de quando eu passava horas no robusto ipê da praça em frente à casa do meu avô. A sensação indescritível de flutuar foi facilmente alcançada lá, e só parava quando se queria parar.
Quando criança, a ideia de ser independente e levar uma rotina atarefada em qualquer outro lugar parecia ser incrível, mas ainda muito distante de ser alcançada. Mesmo agora, enquanto eu me sento novamente nessa árvore, contemplando tudo que fiz até então, parece distante.
Eu gostava de subir tão alto quanto pudesse ir e, se um galho se tornava muito fino, bastava mudar minha direção. Dessa forma, as possibilidades eram - ingenuamente - infinitas.
Percebo agora que essa simplicidade não me escapou totalmente, mas manifesta-se de diferentes modos. Muitas vezes, fico caminhando sobre galhos sem notar o quão finos eles se tornaram ou encontro um espesso o suficiente para que eu possa simplesmente me acomodar lá.
Eu aceitei o fato de que provavelmente não vou sair dessa árvore tão cedo, então agora é apenas uma questão de descobrir para onde ela vai se ramificar. E espero encontrar tantas analogias baseadas em árvores quanto for possível ao longo do caminho.

Taina da Rosa Bourckhardt

 

# Disparador criativo espontâneo: Abrimos espaço, nas publicações do projeto “Conta pra nós”, para publicar um texto, escrito por uma acadêmica do Curso de Medicina da URI - Erechim que fez uma linda homenagem a uma senhora que perdeu a vida após ser assaltada e ter sua casa incendiada.
Ao publicarmos o texto, queremos reforçar aos jovens acadêmicos, a necessidade do afeto nas relações e o olhar carinhoso e de cuidado para com todos.

 

A Partida da Bondade

No dia de hoje, quando o sol trazia os primeiros sinais do início de um dia na cidade, uma casinha estalava enquanto as chamas incandescentes a consumiam.
Aquela era uma casinha de madeira, chamada Vida. Anos antes a senhora Bondade, residente da casinha, havia ela mesma pintado os muros de uma cor azul muito serena e acolhedora. Quando passávamos a pé, ainda crianças, pela rua de calçamento, em frente à casa, tínhamos a impressão que ela havia demarcado um pedacinho do céu. Observávamos cuidadosamente o jardim, cultivado com tanto zelo. Havia uma variedade de flores tão lindas e, Bondade, já idosa e grisalha, as fazia companhia todos os dias. Era tão bonito vê-la plantando. A vida crescia com tanta força, naquele pequenino pedaço de terra, que dava a impressão de Deus ter dado licença pra Bondade criar suas próprias plantas.
É fácil lembrar o reconfortante cheiro de pão de milho que emanava daquele lugar, em algumas tardinhas. Ao ir para casa, no final de um dia de brincadeiras, empregávamos pouco esforço para empurrar o pedal da bicicleta, já que era tão agradável a atmosfera ao redor daquele lugar.
Durante a madrugada, o Mal, filho de velhos conhecidos da senhora Bondade, batera à porta pedindo por ajuda. Como a senhora Bondade conhecia a situação pouco próspera do jovem moço, abrira a porta.
Mal, consumido, completamente, pela ganância, deu início a barbárie.
                                                               ...
A primeira faísca surgiu em meio à miséria e à doença humana. A vítima não teve como escapar, pois fora amarrada pelo seu amor infinito ao próximo. O Mal levou o dinheiro e fugiu.
Os vizinhos viam, ao amanhecer, as labaredas agressivas abraçarem a casa, destruindo tudo que havia de físico. Nos olhos de alguns, poderíamos notar o pavor que o ato de selvageria causara; em outros, o desalento e pesar escorriam pelo rosto. A vida queimava.
Os raios de sol e nuvens formaram para Bondade, naquele instante, uma comovente pintura no céu, misturando o azul, amarelo, cor-de-rosa e laranja da aurora matinal, com maestria.
Santa Rita, a quem dona Bondade era devota, recebeu-a no céu:
-Ô, dona Bondade. Fique à vontade! Sente aqui para prosear, o mate já está pronto e o pão de milho não tarda para assar.

Taciê Hartmann Tissiani

 

Projeto -  Mosaico de X tons

Estimula o desenvolvimento de habilidades artísticas e de comunicação, promovendo a integração e socialização entre os universitários de diferentes períodos do curso de Medicina e seus professores por meio de momentos musicais interpretados por eles (Happy day com a Medicina).

 

 

 

 

SABORES E CELEBRAÇÕES

Ensina preparar  cardápios básicos relacionados a coquetéis (branch) e comidas étnicas (finger foods),além do aprendizado da história, cultivo e elaboração e harmonização de vinhos, cervejas, entre outras bebidas.

 

 

 

 

 

TERAPIAS INTEGRATIVAS E AUTOCUIDADO

Disponibiliza aos acadêmicos do curso de Medicina a realização, acompanhados por profissionais habilitados, de fisioterapia aquática, isostretching, mat pilates, acupuntura e auriculoterapia.

 

 

 

CORREDORES CULTURAIS

A arte é a expressão mais genuína da capacidade humana de se expressar e de trocar afetos. Ter arte por perto é ter vida.

As exposições de arte configuram-se como o espaço de ligação entre artistas e público e, de maneira mais ampla, entre novas proposições visuais, concepções de arte e a sociedade.

O contato com a arte ajuda a abrir a mente para novas perspectivas, possibilidades, situações, transbordar sensações e, especialmente, humanizar.

Com os objetivos de:

- Aproximar estudantes, profissionais, pacientes e seus acompanhantes do potencial transformador da arte, estimulando o olhar afetivo;

- Estimular o desenvolvimento de habilidades de observação, além de habilidades artísticas e de comunicação;

O Curso de Medicina da URI instalou “Corredores Culturais” que se constituem em exposições permanentes em três espaços expositivos. A saber, o primeiro no corredor do prédio 10, andar térreo, junto às salas de aula do Curso e Coordenação; o segundo no Ambulatório de Medicina, próximo à Fundação Hospitalar Santa Terezinha, e o terceiro no URICEPP (Centro de Estágios e Práticas Profissionais), junto aos Laboratórios de Habilidades Médicas.

Nestes espaços estão expostas obras do artista plástico Sadi Lando que doou suas telas para a URI Erechim, em 2016.

 

 

 

 

 

A TELA “THE DOCTOR”

O inglês Sir Samuel Luke Fields foi o artista responsável por um dos mais belos quadros que têm médicos como tema. A célebre obra retrata um médico pensativo observando uma criança gravemente doente.
Ao pintar a criança enferma Fields inspirou-se no drama que viveu com o falecimento do seu filho Felipe na noite de natal de 1877. O quadro foi uma homenagem de Fields ao médico prestativo (Dr. Murray) que assistiu seu filho até a hora da morte. Para que a tela fosse mais real possível, Luke Fields reproduziu uma réplica da casa de campo, palco do óbito de seu herdeiro, num canto do seu estúdio em Melbury.
No quadro, nota-se o médico em primeiro plano, olhando para seu paciente enquanto pensa se, a despeito do grau da enfermidade, é possível encontrar uma terapêutica eficaz. Observa-se também um jovem doente, pálido, fraco e adormecido.
No fundo vemos uma mãe aflita, preocupada e desesperançosa, sua cabeça baixa traduz o desespero de quem espera o pior. Também é notável a expressão do pai, que não pode conter sua preocupação com a doença de seu filho, mas procura manter a calma, a fim de confortar a mãe. Se levarmos em consideração a época em que a tela foi pintada, é possível supor que o quadro retrata uma vítima de alguma doença infecciosa incurável, comum na era pré-antibiótica.    
O quadro que custou três mil libras esterlinas foi encomendado pela rainha britânica Vitória, por intermédio do Sir Henry Tate, que mantinha o contato com o pintor, que o deixou à vontade para a escolha do tema da obra. O artista, como explicado acima, inspirou-se numa tragédia pessoal vivenciada com a sua família e, assim teve origem uma das mais significativas obras de arte que retratam o exercício médico.

Leia a descrição completa da obra em: www.carloseduardorosa.com.br/obra-the-doctor/

 

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